DE PELE, APELE- RAÍZES, ANCESTRALIDADES, IDENTIDADES, NEGRITUDES

Com olhar potente e desafiador, Bárbara Esmenia diz os versos:

“Aciono caciques

Mães fortes da selva

Na mata ancestral

Fortalecem terreiros”

 

Enquanto Cicí Andrade canta bravamente com voz empoderada:

“A minha força vem da minha ancestralidade

Essa é minha identidade”.

 

Esta é um pouco da alma do trabalho De Pele, Apele – Raízes, Ancestralidades, Identidades, Negritudes, criado a partir do encontro da cantora Cicí Andrade e da poeta Bárbara Esmenia, se conhecendo e se identificando uma com o trabalho da outra por meio de temáticas e pensamentos convergentes.

Em junção com outras canções e poemas, as composições autorais vão se mesclando em meio a experimentações cênicas de modo a compor uma estética visual, de presença, encenada e embalada por elementos da natureza e busca de um estar no mundo consciente das condições colocadas e dos anseios de transformação.

Para ilustrar mais o processo, as duas mulheres responderam a três perguntas importantes para conhecermos mais sobre o trabalho.

 

  1. Por que vocês consideram este trabalho importante?

Por trazer à cena atuações no campo do simbólico (palavras) e no campo do sensível (sons e gestos) referentes às nossas militâncias e lutas diárias enquanto mulheres negras que somos, pensarmos nossas origens, nossas ancestralidades e trazê-las à cena, marcando um solo de potencialidade criadora. Trata-se da vivência de muitas mulheres. É importante sabermos que somos mais de uma. Somos muitas!

 

  1. O que vocês pretendem alcançar com este trabalho?

O máximo de mulheres possível, para juntas nos fortalecermos. Pensamos em três palavras: reconhecimento, fortalecimento e empoderamento. Reconhecimento na medida em que as pessoas que assistam, sobretudo as mulheres negras, possam, num primeiro momento, se identificar com o trabalho, se verem elas mesmas em momentos da atuação para, logo na sequência, se fortalecerem, se perceberem potentes, elevarem a atuoestima e, em seguida, se empoderarem, se sentirem pertencentes ao mundo habitado, podendo fortalecer também outras pessoas.

 

  1. Quais são os temas trabalhados e as linhas de pesquisa?

Bárbara: Trabalhamos num primeiro plano com o empoderamento de mulheres, em contraposição ao machismo massacrante, com o racismo e suas derivações encontradas em diversos espaços. Em decorrência trazemos à cena questões de sexualidade, ritualidades ancestrais, aspectos espirituais, entre outros. Quanto à pesquisa, buscamos nas matrizes afro-brasileiras as danças, os ritos, certo vocabulário, cantigas, e uma corporalidade presente que nos remeta a nossas origens.

Cicí: Ancestralidade. Negritude. Empoderamento. Para mim, essas são as palavras chave desse projeto. Me considero a maior linha de pesquisa, já que nesse projeto falo da minha vivência como mulher, negra, e periférica. Vivência essa, que vai se juntando com outras vivências semelhantes à minha.

 

 

De Pele, Apele estreiará no VIII Festival Latinidades (Festival da Mulher Latino-Americana e Caribenha – Brasília – 22 a 26/07/2015), abrindo o Slam das Minas que compõe a programação oficial.

Data: 24/07/2015 – sexta-feira

Horário: 20h30

Local: Cine Brasília

Endereço: EQS 106/107 – Asa Sul, Brasília – DF, 70345-400

 

 

Conheça mais em: https://www.facebook.com/pages/De-Pele-Apele/961047617259322?fref=ts

 

Ou escreva para: depeleapele@gmail.com

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