Paz entre nós, guerra aos senhores

Já virou até clichê falar que hoje vivemos tempos de polarização política,

A gente aqui, na base, penando, lutando entre nós mesmos:

É redução da maioridade, terceirização, é culpabilização da vítima,

É muita gente defendendo o indefensável, disparando a esmo.

 

Ficou bonito se posicionar contra o governo, fazer protesto gourmet

Sem nem mesmo o primeiro artigo da constituição federal conhecer

De quem mesmo é que todo o poder emana?

Cadê a dignidade da pessoa humana?

 

Eu não sei, mas quando dizem pessoa humana, me pergunto: quais?

Seriam os professores em greve pessoas tais?

Ou sendo eles black blocks, da CUT e do PT são rebaixados ao status de animais?

(Pobres animais, nenhum mereceria tratamentos tão desleais)

 

Surreais. Classifico assim o discurso e argumento de algumas pessoas

Mais um absurdo vindo direto da nossa casa de representantes

“Mulher tem que apanhar como homem”, disse o deputado gente boa

Mas contra ele, contra isso, não vejo tanto levante. Cadê o levante?

 

Não me entendam errado: a lógica não é binária

Não entremos em disputas partidárias

Pois os poderosos dão as mãos pra acabar com nossos direitos

Enquanto a gente perde tempo achando que tem algum jeito

Por dentro do sistema, por dentro da instituição

Sem violência, sem rebelião

Pedindo por favor para quem não fala nossa língua

Eles não falam a nossa língua

 

Eles não sabem o que é o medo

Nem a dúvida

Nem o suor, nem a labuta

Eles não sabem

Nem querem saber

 

É preciso mostrar, escancarar, jogar na cara

Fazê-los conhecer, temer

De quem mesmo é que emana

Todo o poder?

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